30 dezembro, 2009

Ano novo, promessas novas..Para que esperar ?


Pessoalmente não sou adepto a realização de promessas de ano novo, simplesmente, pois cético como sou, vejo o passar da vida apenas como um dia depois do outro, só isso. Acredito que uma promessa não precisa ser iniciada no início do calendário ocidental, uma vez definido um objetivo, seja ele qual for, podemos (e devemos) iniciá-las o mais rápido possível, não esperar por uma data especifica baseada na casualidade de encerramento de um período e inicio do seguinte para isso

Na minha forma de ver o mundo, nada difere o dia 31/12 do dia, digamos, 15/04 ou 07/03 ou qualquer outro dia do ano. Senão pelo feriado, que obviamente é bom.

No Brasil vejo certo excesso de promessas realizadas pelas pessoas no começo de cada novo ano, são promessas de economizar, emagrecer, treinar, procurar um novo emprego, estudar mais... Enfim das mais variadas e ao mesmo tempo das mais óbvias.

Mas por que esperar o novo ano para iniciar qualquer uma dessas atividades?

Podemos começar uma dieta, quando bem entendemos, (se bem que no final do ano é mais difícil mesmo), por que esperar? Podemos começar a economizar também a qualquer momento, ainda mais que no começo do ano é a época mais difícil para isso, por conta dos impostos como IPVA, IPTU e de gastos com a prole, como matriculas escolares, material escolar, cursos extras, viajem etc.

Acredito piamente que promessas que tem data futura (como o novo ano que se inicia) para começar, tendem ao fracasso. Uma mudança de atitude não precisa de inicio definido para ser iniciada, basta começar quando bem entender.

OK, é muito mais romântico, mais cool dizer "ano novo, vida nova"... Mas a realidade é outra, deixando o romantismo de lado, vejo apenas um monte de promessas vazias, que serão facilmente esquecidas ou deixadas de lado na primeira dificuldade de cumpri-las. Faz parte do espírito de final de ano criar essas ilusões, para principalmente se enquadrar na sociedade, que de certa forma espera e até mesmo exige esse comportamento.

Eu mesmo sou constantemente questionado sobre minhas promessas de ano novo, e pior, tenho de agüentar a cara de espanto do interlocutor quando o mesmo se defronta com a minha resposta, nua e crua.

Para que preciso esperar o ano novo para começar um projeto ou providenciar uma mudança, seja ela qual for ?

Em geral a conversa acaba ai.

Aqueles que assim com eu (sim, tem muita gente assim por ai), têm esse tipo de atitude, em geral são tido como pessoas esquisitas, muitas vezes somos taxados de pessoas desprovidas fé ou mesmo sem motivação. E quando digo que além de não enxergar diferença no último dia do ano e outro dia qualquer, sou do tipo que não gosta do natal...ai a coisa fica mais interessante te ainda. Por mais racional que sejam meus argumentos, a grande maioria das pessoas prefere desprezá-los e taxá-los com adjetivos um tanto quanto repugnantes.

Muita gente acha minha atitude muito exótica e um tanto quanto excêntrica (para não dizer esquisita), mas lá para março do ano seguinte, costumo devolver a gentileza para essas pessoas, e perguntar sobre o andamento do novo projeto/promessas feitas nos final do ano anterior, e em praticamente 100% dos casos, o que recebo como resposta é um monte de desculpas para a não realização da promessa.

Minha recomendação:

Esqueça as promessas com datas para iniciar, principalmente as com datas futuras, seja um semana ou mesmo alguns dias e começe agora mesmo o que quer que seja.


Feliz ano novo, sem promessas, mas cheio de novas relaizações

Braços

29 dezembro, 2009

Pedreira do Garcia

Sábado, o dia não amanheceu muito melhor. Pelo contrário, amanheceu já chovendo e achávamos que não ia rolar escalada. Mas, como somos teimosos, tentamos assim mesmo. Fomos pra pertinho: Pedreira do Garcia, aqui do lado, em Campinas. Do mesmo modo que na sexta, o sol acabou aparecendo e fez muuuito calor.

Mas, como tinha chovido muito, a pedra estava bem molhada, então, croquis em mãos, fomos para a ponta do lado esquerdo, que parecia mais acolhedora. O Renato queria usar seu jogo de móveis, então, optou pela via Fendolândia. Nunca tinha visto ele usar os friends. Achei bem legal, mas deve ser bastante difícil. Depois, ele guiou a Expressolândia e por ela ser bem mais convidativa que as fendas da primeira, foi ela que eu tentei subir. Digo tentei, porque só saí do chão com ajuda e só cheguei quase lá do mesmo modo. E ainda assim, acabei desistindo.

A Pedreira é legal. Tem milhões de vias pra todos os gostos e tenho certeza de que, quando eu estiver mais forte na escalada, esse vai ser o quintal de casa. Mas é muito diferente da rocha que eu conhecia. Pra começar, a pedra é muito lisa, não é tão amigável e aderente como aquelas onde eu já havia ido. E por tudo ser tão vertical, exige mais força, e com certeza muito mais técnica do que a que eu tenho agora. Foi um pouco frustrante, mas, sem dúvida, mais um aprendizado.

A boa notícia é que o Renato conseguiu escalar de verdade. Ele só tem feito me ensinar e não tem praticado uma escalada mais forte há algum tempo. Aproveitando que encontramos um casal de amigos por lá (Joana e Fernando), o Nato se divertiu um pouco com eles, enquanto eu fotografava.

Renato terminando a "12 de Outubro"

... Fernando na "Cacaio" ............... Joana na "12 de Outubro"

A Alice acompanhou o passeio, motivo pelo qual não ficamos muito tempo. O sol tava muito forte pra ela e lá não tem muito o que ela fazer. Até levamos a bike, mas o terreno é bem acidentado e próximo à rocha só tem mato, não é um lugar próprio para crianças.

Aliás, eu não conhecia a Pedreira e fiquei impressionada com o potencial desperdiçado daquele lugar: um playground abandonado, uma minúscula pista de skate judiada e uma pista de cross esburacada, numa área enorme cercada por um lindo paredão de pedra. Aquilo poderia ser um maravilhoso parque de esportes outdoor, poderia estar cheio de gente aproveitando a natureza, se exercitando, levando a família e não acho que precisaria de um orçamento absurdo para isso. O que será que estão esperando para revitalizar aquele lugar? Ah, se eu tivesse dinheiro...

Pedra do Elefante

Natal... e como chove! A gente fica de olho no canal do tempo, nada é muito promissor, mas a gente arrisca assim mesmo. Saímos de casa rumo a Andradas dia 26 pela manhã. O objetivo era o Pantano, mas o aguaceiro que nos acordou, mudou os nossos planos e decidimos ir para o Elefante. E lá fomos nós, apesar do céu tentar por todos os cinzas nos desanimar:

Nossa fé foi recompensada, pois o tempo foi abrindo e dali a pouco estava o maior sol. Confesso que a caminhada me fez preferir as nuvens da foto de cima.

A trilha é muito bonita, é uma caminhadinha mais ou menos, que em alguns trechos requer um pouco de resistência, mas o visual é compensador. Parei uma porção de vezes para tirar fotos e desfrutar das belezas naturais (e, é claro, retomar o fôlego para o próximo trecho). Rolou até uma paradinha rápida para um refresco no meio do caminho. O lugar é realmente muito bonito, cheio de surpresas a cada esquina (e como tem esquina!)

Meu marido queria ir para a cabeça do Elefante (via Nimbus), mas como não estamos muito familiarizados com aquelas plagas, pegamos outra trilha e fomos parar na tromba. Pequeno equívoco anatômico, porém, aventura garantida.

Depois de estudar bastante a pedra, decidimos subir o que viemos a saber depois ser a via Isc Mongoose. A pedra estava excelente, com muita aderência, a via nem era difícil. Mas, alguns fatores atrapalharam um pouco o passeio.

Primeiro, estava bem complicado para encontrar as proteções da via. Entre o chão e a primeira parada, tinha uma só. Até aí, tudo bem. Mas até a segunda parada, nada de proteção, e depois disso, não havia mais nada que fosse visível. Não tínhamos o croqui (ele teria ajudado um monte), então, decidimos descer depois da segunda cordada: eu de rapel, o Nato desescalando (o que não me pareceu muito fácil). E foi bem em tempo, pois, assim que descemos, caiu a chuva.

Outros percalços (coisas de escaladora de primeira cordada): tive que subir de mochila, porque não sabíamos se íamos descer no mesmo local. Só que estávamos apenas com a mochila do Renato, e ela é grande para mim. Não é nada legal, seu corpo perde a estabilidade, atrapalha um pouco. Outro problema foi que estava estreando um calçado novo para caminhada com uma meia não apropriada. Resultado: ganhei uma bolha no calcanhar que reclamou bastante na hora de por a sapatilha. Próximo aquisição: um (bom) par de meias.

Mas, escalando e aprendendo. No fim do dia, a matemática revelou uma ótima soma. E olha só o visual! Nunca vou me cansar de admirar a intensidade da beleza vista lá de cima. Nuances de cores, detalhes que a gente só nota depois da conquista. Sutilezas que nenhum outro esporte nos revela. É apaixonante!

25 dezembro, 2009

Rumo à Pedra do Baú

Sexta-feira, dia 18, partimos eu, Renato, Andréas e Fabi rumo à Pedra do Baú, mais um degrau na minha escalada rumo ao cume do Universo da Pedra.

O tempo colaborou, fez um final de semana surpreendentemente lindo e ensolarado. Comemoramos em alto estilo o aniversário do Nato, que completou trinta e cinco primaveras. Como nos findi anteriores choveu de monte, parece que o povo não acreditou no sol e a pedra estava praticamente vazia. Foi muito legal.

Pena que quem não colaborou foi o carro, e, como o Nato já contou, o domingo foi a saga de lidar com a frustração de parar no caminho pra pedra, esperar resgate, voltar pra casa sem ter aproveitado o dia. Mas, a gente precisa ter histórias pra contar, não é?

Voltando ao sábado... Primeiro de tudo, subimos o Bauzinho e fizemos o rapel para a primeira via do dia: a Normal do Bauzinho.

Nato preparando a parada para o rapel

O rapel foi fácil. Se bem que no começo dá um certo receio, mais pelo desconhecido. Quando acaba a gente pensa: ah, era só isso?!


A primeira parte da Normal é bem tranqüila. Mas é claro que eu empaquei um pouco no crux, tentei uns quatrocentos moves antes de conseguir subir - ainda me falta a experiência para conhecer os limites do meu corpo e o quanto de força usar... vou na tentativa e (muito) erro. Mas sem pressa e com muito cuidado. Inda bem que o Nato é bastante paciente e fica me incentivando o tempo todo. Isso me passa muita confiança e tranqüilidade.

Outra coisa que ajudou é que agora eu tenho minha própria sapata. O pé reclamou um pouco (pensa que Cinderella não sofre!?), mas foi muito mais fácil aderir à pedra e completar a via.

A segunda parte da Normal foi bem mais fácil e o visual é compensador, muito lindo tudo ao redor. Que paz!

Patricia chegando ao final da Normal do Bauzinho

Íamos fazer a Normal do Baú, na seqüência, mas quando estávamos no início, começou a chover. Não era um chuvão, mas olha só as nuvens que estavam caminhando na nossa direção:

Decidimos voltar e fazer a trilha para subir o Baú pela escadaria. Ao todo, três horas de um trajeto não tão amigável. Quase morri de cansaço. Aliás, muita gentileza chamar aquilo de escada. Eu diria que é um rascunho muito pretensioso, que até engana um pouco no começo.

Quando a coisa começa a ficar preta, molhada, fininha e espaçada, você já está no meio do caminho, o marido fala que já estamos chegando e não há outro remédio senão prosseguir. O visual é demais, mas durante o trajeto, não dá pra prestar muita atenção na paisagem. A descida é ainda mais difícil, pois você tem menos controle... desci completamente adrenada.

Mas, quando se chega no topo, olha só a recompensa! Tem muitas coisas na vida que não dá pra colocar em palavras. Pra isso é que inventaram a fotografia. Então, imagina que você é eu e que está (exausta, mas em pé) no cume do Baú, com o vento no rosto e o sol na pele, desfrutando deste visual:

Quer mais? Então imagina que o amor da sua vida está lá junto de você, pra eternizar esse momento único, então, o quadro fica simplesmente perfeito.


22 dezembro, 2009

O dia que o Civicão me deixou na mão

Esse último final de semana, que antecede as festança e comilanças do natal e ano novo, conseguimos uma folga com as crianças e fomos, eu e a Patricia juntamente com o Andreas e Fabi para São Bento, tentar escalar, contando com uma folga do clima.


Para a Patricia, seria a primeira experiência “verdadeira” de escalada em montanha, pois até então ela só havia experimentado falésias e campo escola. Ela estava bastante animada.


Eis que mais ninguém acreditou que teríamos uma janela de bom tempo no final de semana, e o Baú estava vazio, éramos apenas nós 4 no sábado escalando. Se bem que o clima estava estranho e ao que pudemos ver, choveu em Campos do Jordão bem como em outros pontos próximos, pelo que conseguíamos ver de cima da pedra.


Bem depois a Patricia conta como foi, porque quero registrar aqui outro fato.

Como já disse, no sábado o clima estava razoável, e aproveitamos bem, já no Domingo, o dia estava lindo, sem nuvens no céu, dia claro e temperatura razoável.



Olha só o céu lindo, convidando a escalar.


Saímos cedo rumo ao Baú, com o roteiro pronto, eu e a Patricia iríamos para a Normal do Baú e Cresta, pois no dia anterior desistimos dessa empreitada pelo risco da chuva.

Bem durante a subida da serra, a surpresa.




Civicão velho de guerra, depois de mais de 2 anos me acompanhando nas roubadas, subindo barrancos e serras, encarando buracos e muita terra, chuva e lama... abriu o bico de vez. Deixou todo mundo na mão, no dia mais bonito e viável para escalar do mês de Dezembro :-(



Sem solução, apelamos para o seguro (que nunca havia usado e agora posso dizer vale a pena ter um), que disponibilizou um guincho e um taxi para regressarmos a Valinhos, demorou um pouco é verdade mas chegou.

Nunca havia “passeado” de guincho, como diz o ditado, sempre há uma primeira vez.



Olha eu aproveitando o que me resta e “curtindo” o passeio.


Hoje terça feira, Civicão segue na UTI, em reparos extremos, com previsão de alta para amanha a tarde ou somente na segunda feira que vêm, dependendo da extensão dos danos.


O problema foi no câmbio, que não agüentou o tranco de tanto morro que o tenho forçado a subir que quebrou de vez.


Bem quem manda ser fresco e ter câmbio automático :-) se manual fosse, menos problema teria e certamente teríamos escalado. De qualquer forma 2010 está ai e certamente mais pedra irei apreciar, já que agora tenho 2 parceiros in house para me acompanhar.


Braços



08 dezembro, 2009

Sampa, chuva e a escalada

Porque escalo ?!?

Bem, para manter minha sanidade mental em dias como hoje. Caso contrário surtaria.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/galeria/album/p_20091208-chuva05.shtml


Mantendo certa rotina junto à natureza, ainda que em uma intensidade menor que a que eu gostaria e certa atividade física, posso levar numa boa, dias como esse. Ao contrário da grande maioria da população que a meu ver estressa muito.

Pois é, sai de casa (grande Valinhos), como de costume, as 5:50 da matina, com destino a Rodovia Anhanguera, onde pego meu fretado, que passa por lá as 6:10. Pois bem, eis que as 11:00 ainda seguia pela rodovia Anhanguera, já que Sampa está literalmente ilhada. A visão que tivemos da janela do ônibus, é para lá de tenebrosa, o rio Tietê bem como a marginal eram uma coisa só, não dava para saber onde começava o rio e onde está o asfalto. Bem na verdade até dava para saber, bastava ver os carros cobertos pela água e caminhões parcialmente cobertos.



Optamos pelo óbvio e demos meia volta. Cheguei em Valinhos as 13:00.

O comentário geral é que o problema das chuvas se resume ao aquecimento global, poluição, efeito estufa ... por mais incrível que pareça, ninguém percebe que já choveu dessa forma no passado e vai chover assim de novo no futuro, e o motivo de tanta enchente, não está relacionado ao volume de chuvas e sim a impermeabilização do solo. Hoje não há aeras de solo permeável nas grandes cidades, quanto mais o tal do desenvolvimento chega, menos terra e grama têm no chão, logo toda água que cai, como não é absorvida vai parar no rio, que tem vazão limitada.

Portando vamos nos acostumar com essas imagens, pois farão parte do nosso cotidiano. Bem pelo menos daqueles que tiram o ganha pão nas grande cidades.

Braços

02 dezembro, 2009

Um pouco de poesia e motivação

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

Fernando Pessoa

28 novembro, 2009

HO HO HO Papai Noel chegou

Bem não foi exatamente o bom velhinho que chegou, e sim uma amiga que foi passear em New York (chique né ?!? quem sabe um dia também consigo fazer uma viajem dessas... ) e trouxe uma muambinha básica para mim.




Agora a Patricia já dispõe do kit básico para escalar, ATC (o meu velho, já que o Guide da foto vai ficar para mim kkkk), solteira, e mosquetões com trava para o ATC, e compramos uns mimos também, como Nalgene com uma parka térmica (para levar algo gelado nos dias quentes) uma garrafa térmica (para coisas levar coisas quentes nos dias frios) , um tanto de fita e duas sapatilhas, uma nova para mim e uma para ela.


Teria sido melhor se a minha nova sapata (Lasportiva Mythos) não tivesse ficado grande demais :-( e a da Patricia pequena demais :-(


Inclusive quem se interessar, eu estou repassando a Mythos (42 numeração brazuca) pelo valor que paguei, $150 doletas.

Braços

22 novembro, 2009

Andradas - dia de aula na pedra

Final de semana corrido, não deu pra fazer muita coisa. A Alice, nossa filhota, futura escaladora, dançou no teatro sexta e sábado. A gente teve que prestigiar. Olha só que coisa fofa!

A Alice é a primeira da esquerda

Como o clima não tinha ajudado na semana passada, decidimos ir a Andradas, mesmo com a agenda apertada.
O Renato queria me mostrar o campo-escola, no Pantano. Fomos eu, ele, o Buda (também conhecido por Cláudio) e a Aline, amiga querida, que estou tentando arrastar pedra acima.

Não estava chovendo, mas tinha chovido na noite anterior e tinha muita água escorrendo da pedra quando chegamos lá. A Mugido da Vaca Louca parecia Niagara Falls (não sem um pouco de exagero da minha parte). Coisa de louco, mesmo.

O Renato guiou a via Mística, babinha, e tudo parecia tranquilo, mas dá só uma olhada quanto limo na pedra! A gente olhava pro verde e desanimava. Será que dá? O Renato foi de boa, mas ele é o Renato, né... nosso professor, aquele que sabe das manhas...

O Buda foi o primeiro a realizar a façanha. Mas a parte de baixo estava muito escorregadia, ele chiou um bocado, deu uma roubada, mas acabou decolando. O Renato, só no sossego, fez a segue dele deitado na rede. É ou não é muita máscara?!

A Aline só observando. Calma, que sua vez já vai chegar!

Bom, depois do Buda, fui eu. Precisei mesmo de uma ajudinha para sair do chão. Pode chamar de frescura, mas dá só uma olhada na minha mão! Nem todo o magnésio do mundo (ou pelo menos o do saquinho) conseguiria ajudar naquela hora. Tive que recorrer aos privilégios de esposa e pedir (literalmente) um empurrãozinho. Aí foi.

A via estava molhada no começo e úmida até a metade, depois deu pra ir de boa. Eu nem reclamei muito. Na verdade, eu gostei mesmo do lugar. Tenho certeza de que se a pedra não estivesse tão escorregadia, eu teria aproveitado muito mais o passeio.
Mas, desta vez não foi assim tão divertido. Escorreguei muito no começo. Em alguns pontos, as agarras pareciam feitas de sabão. Agarras para as mãos, tinha hora que a gente tinha que inventar. O Renato disse pra ir na aderência, mas achei complicado com a pedra molhada. Regletar é possível, mas naquelas circunstâncias, tava mesmo um tanto difícil. Acabei conseguindo alguns ralados e um ou dois hematomas. Ossos do ofício! Rapadura é doce mas não é mole, não. O que dirá a pedra!

Aline pensando: "No que eu fui me meter..."

Bom, depois que eu desci a Aline botou a sapatilha, respirou fundo, escorregou um monte na saída da via, teve um empurrãozinho como todo mundo e foi pedra acima. Mas, antes de chegar na parte seca, ela acabou enroscando numa parte com poucas poss
ibilidades, praguejou um monte, tentou daqui e dali e, por fim, acabou desistindo. Mas ela não teve uma estréia das mais fáceis. Pra quem nunca tinha alçado tais vôos, acho que foi uma proeza.

Tenho certeza que se ela tivesse tentado mais um pouquinho, teria chegado lá, pois só faltava um tiquinho para atingir a parte seca. Fica pra próxima.

O Renato fez mais uma cordada, na qual apenas eu e o Buda o acompanhamos. Nossa, o visual é incrível! Mas como lá de cima você não consegue ver o caminho de volta, apenas a altura que você está do chão, dá um cadim de medo. O rapel foi sossegado (gostei mesmo desse negócio de rapel!).

Pena que o tempo era limitado, pois tínhamos que voltar, buscar a Alice e repetir o ritual do teatro do dia anterior. Não deu nem pra cansar, aliás, só deu pra dar um gostinho. Semana passada na 90 Graus eu voltei com os braços acabados, foi muito mais divertido. Desta vez, não deu nem pra suar. Precisamos voltar lá pra escalar de verdade (olha só eu falando que nem escaladora!), de preferência, com a pedra seca, longe de todo aquele limo.

Borboleta na sapatilha... isso é que é integração do esporte com a natureza!

Té mais!

18 novembro, 2009

Mochila nova

Como a Patricia está animada com a escalada, tornou-se necessário a compra imediata de uma mochila, já que não dá para eu carregar tudo o tempo todo. Mesmo porque logo iremos receber os demais equipamentos (sapatilha, algumas ferragens) que já estão sendo providenciados por amigos que trarão diretamente da gringa.


Pois bem, fui às compras.


Várias opções, modelos, nacionais, importadas...enfim, como é difícil escolher uma item “básico” como esse, tamanha diversidade de modelos, e opções.


Aproveitando a necessidade, com a oportunidade de apoiar o Cesar Grosso, que é patrocinado pela marca alemã de mochilas e acessórios Deuter, comprei a mochila que ele tinha disponível.


Deuter ACT Trail 24


Até ai, pensei, nada além de uma mochila de marca famosa, com preço salgado (mesmo sendo mais acessível por se tratar de parte do patrocínio do Cesar). Esperava apenas uma mochila boa.





Eis que fiquei de queixo caído.

Não é simplesmente uma mochila, é “a mochila”, beira a perfeição, sem exageros, extremamente leve, com divisões muito apropriadas para equipamentos, água, lanches, capa de chuva embutida...enfim vale cada centavo!


A minha mochila velha de guerra, toda de cordura, com 15 anos de uso, agora ficou parecendo um relés saco com alça. É pesada, desajeitada, grande por fora e pequena por dentro, enfim um disparate.


O duro nessa história, foi entregar a mochila para a Patricia, confesso que fiquei perto de ficar com ela para mim, mas como minha boca é grande demais e já tinha falado para ela, que a presentearia, então não pude voltar atrás.


Agora vou ter de me regalar com uma dessas para mim :-) provavelmente irei optar pelo modelo de 32 litros, pois a de 24 pode ficar pequena dependendo da empreitada (é meu único consolo no momento).


Braços


16 novembro, 2009

Patricia está de volta

Olá a todos,

Já faziam 3 semanas desde que a Patrícia ingressou no nobre mundo da escalada. Como sabemos bem, a abstinência dessa prática, provoca desestímulo e conseqüente perda da empolgação inicial que a escalada provoca em qualquer um. Para não deixar a peteca cair, nada melhor que praticar.

Como a vida familiar impõe alguns limites, no sábado tínhamos apenas a tarde do, livre, além disso estávamos com a Alice a tiracolo, portanto a escolha do local não poderia ser outra. Visual das águas.

Saímos, Eu, Patrícia e Alice de Valinhos já pelas 14:00 e fomos direto, dessa vez, evitando o novo pedágio da Dom Pedro, fizemos o trajeto pela cidade Bragança Paulista e economizando assim algum troco a mais.

Chegamos por volta das 15:30.



Patricia equipada e Alice na espreita



Como a Alice veio diretamente do ensaio do festival de balé, ela estava bastante cansada e com fome, pois não havia ainda almoçado, portanto a primeira atividade do dia era montar a rede, para assegurar um conforto maior para a Alice, e alimentá-la assim teríamos mais paz de espírito, afinal teríamos de escalar/fazer segurança, sem perder de vista a pequena. Um olho no peixe e outro no gato, literalmente.

Alice acomodada e alimentada, Patrícia e eu equipados, começamos a escalar.


Muito fofa minha pequena



Obviamente, ficamos nas vias mais fáceis, inicialmente guiei a Água Mole (4o) e montei um top-rope e depois repeti o processo na Água Dura (4o), dessa vez fazendo a saída da via parte mais baixa onde o grau é outro.



Patricia no final da Água Mole

Em ambas as vias, a Patricia escalou de boa, mandou super tranqüila e confiante, sem grandes problemas, considerando que ela estava usando a minha sapatilha, que é bem maior que o pé dela, então posso sem dúvida afirmar que ela leve muito jeito para a escalada.


Patricia descendo depois da primeira investida


Ninguém é de ferro, tinha de dar uma escaladinha pelo menos



Já para o Domingo, sem a Alice (minha irmã iria ficar o dia todo com ela), e com o Guilherme, programamos um bate e volta em Andradas. Queria levá-la ao campo escola, onde há uma grande variedade de vias ótima para quem está começando. Não rolou pois acordamos com chuva.

Solução?!?!


90 graus !


Fomos nós 3, após o almoço, para Sampa, encarar um pequeno congestionamento antes de chegar no ginásio.


Esqueci a máquina fotografia, então vou ficar devemos as fotos.


A Patricia, mais uma vez, mostrou que está mesmo empenhada na escalada, subia, tentava e raramente desistia, só mesmo quando vencida pela exaustão. Escalou até não agüentar mais, conseguiu até uma bolha na mão tamanho esforço.

Vamos ver se no próximo final de semana, sobra um tempo para irmos escalar na rocha.

Braços