A Alice é a primeira da esquerda
Como o clima não tinha ajudado na semana passada, decidimos ir a Andradas, mesmo com a agenda apertada. O Renato queria me mostrar o campo-escola, no Pantano. Fomos eu, ele, o Buda (também conhecido por Cláudio) e a Aline, amiga querida, que estou tentando arrastar pedra acima.
Não estava chovendo, mas tinha chovido na noite anterior e tinha muita água escorrendo da pedra quando chegamos lá. A Mugido da Vaca Louca parecia Niagara Falls (não sem um pouco de exagero da minha parte). Coisa de louco, mesmo.
O Renato guiou a via Mística, babinha, e tudo parecia tranquilo, mas dá só uma olhada quanto limo na pedra! A gente olhava pro verde e desanimava. Será que dá? O Renato foi de boa, mas ele é o Renato, né... nosso professor, aquele que sabe das manhas...
O Buda foi o primeiro a realizar a façanha. Mas a parte de baixo estava muito escorregadia, ele chiou um bocado, deu uma roubada, mas acabou decolando. O Renato, só no sossego, fez a segue dele deitado na rede. É ou não é muita máscara?!
A Aline só observando. Calma, que sua vez já vai chegar!
Bom, depois do Buda, fui eu. Precisei mesmo de uma ajudinha para sair do chão. Pode chamar de frescura, mas dá só uma olhada na minha mão! Nem todo o magnésio do mundo (ou pelo menos o do saquinho) conseguiria ajudar naquela hora. Tive que recorrer aos privilégios de esposa e pedir (literalmente) um empurrãozinho. Aí foi.
A via estava molhada no começo e úmida até a metade, depois deu pra ir de boa. Eu nem reclamei muito. Na verdade, eu gostei mesmo do lugar. Tenho certeza de que se a pedra não estivesse tão escorregadia, eu teria aproveitado muito mais o passeio.
Mas, desta vez não foi assim tão divertido. Escorreguei muito no começo. Em alguns pontos, as agarras pareciam feitas de sabão. Agarras para as mãos, tinha hora que a gente tinha que inventar. O Renato disse pra ir na aderência, mas achei complicado com a pedra molhada. Regletar é possível, mas naquelas circunstâncias, tava mesmo um tanto difícil. Acabei conseguindo alguns ralados e um ou dois hematomas. Ossos do ofício! Rapadura é doce mas não é mole, não. O que dirá a pedra!
Aline pensando: "No que eu fui me meter..."
Bom, depois que eu desci a Aline botou a sapatilha, respirou fundo, escorregou um monte na saída da via, teve um empurrãozinho como todo mundo e foi pedra acima. Mas, antes de chegar na parte seca, ela acabou enroscando numa parte com poucas possibilidades, praguejou um monte, tentou daqui e dali e, por fim, acabou desistindo. Mas ela não teve uma estréia das mais fáceis. Pra quem nunca tinha alçado tais vôos, acho que foi uma proeza.
O Renato fez mais uma cordada, na qual apenas eu e o Buda o acompanhamos. Nossa, o visual é incrível! Mas como lá de cima você não consegue ver o caminho de volta, apenas a altura que você está do chão, dá um cadim de medo. O rapel foi sossegado (gostei mesmo desse negócio de rapel!).
Pena que o tempo era limitado, pois tínhamos que voltar, buscar a Alice e repetir o ritual do teatro do dia anterior. Não deu nem pra cansar, aliás, só deu pra dar um gostinho. Semana passada na 90 Graus eu voltei com os braços acabados, foi muito mais divertido. Desta vez, não deu nem pra suar. Precisamos voltar lá pra escalar de verdade (olha só eu falando que nem escaladora!), de preferência, com a pedra seca, longe de todo aquele limo.
Borboleta na sapatilha... isso é que é integração do esporte com a natureza!
Té mais!
Caro amigos,
ResponderExcluirConsigo fazer aula de escalada em Araxa? Vou passar 15 dias de ferias e gostaria de saber onde posso aprender a escalar?? pode me escrever no: alemaohb@msn.com
muito obrigado
luis