Epicondilite medial e Visual das Águas

Epicondilite medial, também conhecida como cotovelo de golfista, é a inflamação do epicôndilo (não diga !) do úmero (cotovelo) , principalmente causado por esforço repetitivo de abrir e fechar a mão, fazendo força para segurar em algo, como no taco de golfe para que ele não saia voando após o golpe contra a bola.

Agora, o que isso tem a ver com escalada. Na verdade nada! Mas esse é o nome da minha lesão no cotovelo, que agora foi corretamente (espero!) diagnosticada.

Todos aqueles que já tiveram necessidade de ir ao médico, sabe que a medicina é a maior das ciências experimentais que há. Você procura o médico com uma dor, por exemplo, no cotovelo, ele te examina em 47 segundos, tira um raio-X, e te diagnostica em mais 32 segundos, com a conclusão mais comum para cenário, no meu caso fui uma tendinite. Algo que eu não tinha!

Pois é, medicina ortopédica é assim, você tem um problema, e não tem nada quebrado (para isso o Raio-X), o médico recita tomar um anti-inflamatório, e descansar por umas semanas, se por o problema não estiver resolvido, você, assim como a dor volta no médico, e dessa vez ele dedica 1:15 minutos em um diagnostico melhor e descobre a verdadeira causa do problema.

Essa lesão (pelo menos foi a desculpa do médico), é muito rara, são poucos os felizardos que a desenvolve, (com exceção do povo que joga e treina golfe), então posso até me sentir um privilegiado em saber disso :-)

O lance é que as 3 semanas de molho não resolveram nada, descobri isso voltando a treinar.

No final da semana passada e no próprio final de semana, como não dava para ir para pedra por conta da chuva, resolvi bater um treino no muro de escalada de tenho em casa (qualquer dia conto mais sobre ele), comecei bem de leve e fui forçando ao poucos, quando percebi, meu cotovelo e braço voltaram a doer, nada com antes, mas de forma significativa além do que seria esperado. Imediatamente parei o treino e marquei o médico.

Agora para curar a lesão serão necessárias algumas sessões de fisioterapia, que inclusive já iniciei, além do gelo básico, e uma injeção de cortisona, para cortar a inflamação e aliviar a dor para as sessões de fisioterapia.

Pelo menos nesse caso, para o tratamento não é necessária uma interrupção completa da atividade causadora, somente é necessário “pegar leve” para dar tempo para epicôndilo se recompor, seguindo com as sessões de ficoterapia e gelo, e uma faixa elástica quando for escalar, para aliviar a tensão.

Quanto à causa da lesão, tenho convicção que não foi a escalada que a causou, e sim o treino que tenho feito. Isso mesmo, estava pegando forte demais nos treinos de fortalecimento dos ante-braços e dedos, fazendo uso de molas de apertar com a mão durante o dia, e com certeza, esse esforço repetitivo causou a lesão.

Bem, como fazia tempo que não escalava, fomos hoje ao Visual das águas, eu Carlão e a Jus, trata-se de uma falésia com vias de grau variado, e um ótimo campo escola.

Como estava (e ainda estou) ressabido em utilizar o braço, somente peguei leve, escalando primeiramente as vias de 4º e 5º grau, para aquecer. Como não senti dores, passei para as mais fortes, 6º e 6 Sup. Escalai no total 6 vias, não é muito mais foi bom.

Depois de “fazer a cabeça” e ter saciado a “larica” de escalar, depois de mais de um mês de abstinência, resolvi, mesmo antes de sentir qualquer dor, parar por ali mesmo e não insistir mais, mesmo a despeito da vontade e ralar um pouco mais os dedos, afinal o retorno agora deve ser progressivo e constante, para que não haja mais interrupções.

Espero que no próximo final de semana, tenha mais novidades,

Braços