11 outubro, 2009

Hoje 11/outubro dia do combate a obesidade.

(Um pouco em cima da hora esse post, mas acredito que ainda em tempo).

Pois bem, como ex-obeso, e agora “só” com sobre-peso, vou dar minha contribuição para esse movimento, que ao meu ver, é de longe o mais importante em termos de saúde publica, já que a obesidade e os males relacionados, será em breve a maior causa de mortes no Brasil e no mundo, caso o ritmo de crescimento (e engorda) da população não diminuir.

Segue meu relato.

Em 92, quando comecei a escalar, então com 18 anos, pesava distantes 74 Kilos, considerando minha altura de 1,78 estava bem, na verdade eera até magro. Era ativo, ligeiro, bem disposto, e claro que aos 18 anos não poderia ser diferente.

Depois de um período de prática intenso, por questões pessoais, (se tiver interesse veja o primeiro post de blog para detalhes), abandonei a escalada e toda e qualquer atividade física, tive que me dedicar ao trabalho, educação, família, e ao que a vida me impusera.

Em 2004, cheguei a incríveis 98 Kilos, e acho que em determinados momentos, rompi a barreira dos 3 dígitos!.

Um crescimento (lateral) de 25 Kilos!

Nesse momento, no começo de 2005 decidi que iria dar um jeito nessa situação, que estava fora de controle, e era insustentável, e como a maioria das pessoas, optei pelo mais fácil. Dietas de butiquim.

Experimentei de tudo, dietas sem carboidratos, com carboidratos e sem gordura, sem açúcar, com sucos naturais, com pozinhos mágicos, com frutas, sem isso e com aquilo... Dessas que todo mundo conhece e que, obviamente não funcionam a longo prazo. De imediato até cumprem seu objetivo, mas não são sustentáveis.

Costumo dizer que nessa época, cheguei a perder mais de 100 kilos, somando toda a perda de peso que obtive, uma verdadeira sanfona. O problema era que, o que eu perdia, sempre voltava, e sempre voltava com um pouco a mais. Passei a perceber que perder peso é fácil, mas não ganhar peso que é realmente difícil. Passei cerca de 1 ano nessa de emagrece e engorda.

Só me restava uma opção. Pedir ajuda profissional.

Foi quando, em final de 2005, procurei um médico endocrinologista, e comecei um processo que perdura até hoje.

Dessa vez parti para um processo de emagrecimento, de longo prazo, e duradouro, sem a necessidade de ficar magro em um mês, mas sim resolver esse problema definitivo.

Entrei com remédios (todos indicados e acompanhados pelo médico!), para controlar a fome e a constante vontade de comer (gula), iniciei mais atividades físicas (nessa época ainda não havia regressado as montanhas e a escalada), tirei o pó da minha bicicleta, comecei a fazer aulas de tênis, e fui aos poucos conseguindo resultados duradouros.

Perdi, em 30 meses 11 kilos, pode parecer pouco, mas garanto foi o melhor para mim.

Hoje estou 87 Kilos, ainda acima do peso, é verdade, mas estou nesse peso desde Setembro do ano passado, ou seja, estabilizou em um patamar bom, não ganhei mais nada, na verdade até perdi um pouco.

O retorno as montanhas ajudou muito nesse processo, pois reduz em muito a minha ansiedade e com isso reduz o ritmo de ingestão de alimentos, por conseqüente reduz o peso.

Agora, parti para a terceira fase do processo, já que estando o peso estável no último ano, quero dar cabo de mais uns 5 kilos e me livrar de vez do sobre-peso

Mais uma vez optei pela ajuda profissional.

Fui pedir ajuda ao Cesar Grosso, que além de ser um profissional de alto gabarito, é um grande escalador e uma pessoa ótima. Recomendo a quem quiser ter um excelente aconselhamento nutricional, procure por ele.

http://www.cnutre.com.br

Ele montou um cardápio para eu ter como parâmetro alimentar. Ao que parece está dando resultado, sem passar fome e sem abrir mão que qualquer tipo de nutriente de que preciso, continuo comendo de tudo (tudo mesmo) e mesmo assim dei cabo de parte do excedente, mas ainda é cedo para ter certeza, comecei há menos de 1 mês essa nova fase.

Ano que vem, quem sabe o post de 11/Outubro de 2010 não seja para dizer que já entrei para a categoria dos ex-sobre-peso.


Agora, a resposta para a principal pergunta, que aqueles que não conseguem perder peso podem fazer. Como que eu consegui?

A resposta direta é ter OBJETIVO.

Sim, “só” isso

Todas as tentativas anteriores de perder peso tinham apenas a estética como motivação e não apresentavam resultado decente.

Agora tenho outros aspectos muito mais amplos para apoiar minha luta contra a balança:

1) Desempenho esportivo (não competitivo)
Tente escalar, pedalar, jogar tenis com uma mochila embutida de 15kilos e você entenderá.
Esse é o quesito que julgo mais importante. Quando iniciei as atividades físicas, optei por ter um desempenho melhor, me dedicar as mesmas dentro do possível, e para isso a perda de peso passou a ser primordial.

2) Exemplo familiar.
Tenho 3 filhos, e o do meio tem tendências a ser “gordinho”, e de nada adianta um pai gordo, dizendo para o filho que ele precisa emagrecer, seria muito hipócrita de minha parte, então antes de cobrá-lo a respeito do peso dele, devia eu dar o exemplo.

Inclusive aqui vale um comentário. Na época de estudante do ensino fundamental, lembro que gordinhos eram em geral, um ou dois por sala, hoje a média de gordinhos por sala de aula é de quase metade! Como será daqui a 50 anos ? Penso no filme do Wall-E, onde o povo até desaprendeu a andar e passam o dia todo flutuando na frete do computador. Espero que consigamos nos livrar desse cenário.

3) Satisfação e auto-estima
Me sinto muito melhor e com muita mais vontade de fazer “coisas” estando com peso menor.

4) Saúde.
Todos sabem o que de mal a obesidade traz.


Lendo esse post, pode parecer que foi um processo fácil e simples, sem problemas. Seria muito piegas de minha parte afirmar isso
Não foi assim não. Nem de longe! O processo é duro e chega até a ser penoso, já que eu sou uma pessoa que constitucionalmente tenho propensão a acumular mais “reservas” energéticas , e com isso meu corpo clama por comida o tempo todo.


Não é exagero dizer que eu quero comer o dia todo, é verdade, sinto uma constante vontade de comer (não é fome, é só vontade de comer), e tenho de combater essa vontade o tempo todo, as vezes perco a batalha e caio de boca na comilança, mas a guerra tem sido vencida, pelo menos por hora.

Tenho consciência de que esse controle mental que faço, fará parte da minha vida até meu último suspiro, já que meu DNA (está na moda atribuir tudo a essas 3 letras), está programado para assimilar mais e mais reservas energéticas em forma de gordura.

Provavelmente, essa programação genética foi de certa forma a responsável pela minha existência, já que em épocas onde o alimento era escasso, saia-se melhor o individuo capaz de adquirir mais rapidamente reservas alimentares. Com certeza meus antepassados tinham essa capacidade (herdada por mim), porém na sua época era um diferencial favorável. Hoje a coisa se inverteu, temos abundancia de alimentos e vida ociosa, sendo essa combinação fatal para se criar um obeso.

Acredito (opinião puramente pessoal, sem base cientifica que conheça), que a obesidade de hoje nada mais é que uma herança genética, que a maioria das pessoas possui que condicionou nossos corpos a acumular a maior quantidade de energia possível, no menor espaço tempo, isso para garantir a sobrevivência em tempos de fome constante e para enfrentar as enfermidades que desde sempre afligem a humanidade, nesse cenário só os mais “fortes” (aqueles com mais energia reserva acumulada) sobreviviam. Por isso nós estamos aqui.

Hoje com a medicina moderna, ciência a serviço da vida (leia-se remédios de maneira geral), e com muita batata frita, a coisa se inverteu, por isso devemos (aqueles com essa tendência) lutar contra nosso instinto e tentar manter o peso sob controle para ter uma vida mais longa e mais produtiva.

Braços

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